“A FESPSP... não forma apenas
profissionais, mas cidadãos conscientes de como exercer a sua profissão dentro
de seu contexto social, parece simples mas não é, porque se trata de um projeto
que vai muito além da academia, abrange toda a sociedade, falo por experiência
própria, pois me tornei mais humano, melhor ouvinte, melhor debatedor e
conhecedor dos problemas sociais que rodeia a Biblioteconomia e o seu
exercício, e constatei isso quando terminei minha graduação e iniciei a Pós, a
diferença como me engajei neste novo processo, e acredito que é exatamente isso
o que essa Escola desperta em seus formandos uma necessidade de engajamento, pela profissão, pelo outro, pela
sociedade, pela busca de conhecimento científico, por mais aprimoramento e pelo
desejo de aplicar o que aprendemos na melhoria do meio em que vivemos”.
Para darmos inicio ao ano de 2015, na
coluna “Onde estão os bibliotecários?”, trazemos um profissional engajado com a
questão cultural... Lourival Lopes
Cancela (44 anos), formado em 2013 pela FESPSP, finalizando sua
pós-graduação em Gestão Arquivística (sua dissertação abordará o descaso com os
documentos do cidadão por parte do Estado, a origem dos documentos pessoais e
os descuidos com os documentos, por parte do próprio cidadão).
“É um tema bastante complexo, porém
muito interessante e desafiador, e isso é o que me estimula a pesquisar”.
Atualmente, trabalha na Secretaria de Estado da Educação, como Analista Sociocultural, tal função
refere-se ao bibliotecário atuante em Salas de Leitura das escolas estaduais,
responsável por “implantar e organizar uma biblioteca no Núcleo Pedagógico da Diretoria
de Ensino, onde atuamos e ainda coordenar e orientar os professores
responsáveis pelas bibliotecas escolares, eles cuidam da parte pedagógica e nós
o capacitamos para o cuidado de toda a parte biblioteconômica”.
Ele atua em uma Diretoria onde são, 92
escolas e cerca de 130.000 alunos, e apenas ele para acompanhar todo o
processo, fator esse que por vezes parece desmotivador, afinal, o cenário das
escolas públicas está cada vez mais precário, no entanto, ele se mostra
totalmente motivado e engajado com a área em que atua.
“... poucos recursos e uma
infraestrutura comprometida, nos esforçamos para que os alunos sejam atraídos a
utilizarem o acervo e os espaços disponíveis com frequência e satisfação, e
para que os professores possam criar e produzir alternativas que despertem o
interesse e o prazer pela leitura e a sede de conhecimento nos jovens...”
Se tratando da biblioteconomia, para
Lourival, é a “arte da instrução” tão importante quanto educar, afinal
“instruir é, lidar com alguém por meio de lições e conhecimentos, dar ciência
das coisas obscuras, esclarecer com provas. Esse é o papel relevante do
bibliotecário: comprovar o que se têm dúvida, criar e conduzir por
meios probantes... e ao mesmo tempo tornar-se sabedor dos fatos, desenvolvendo
sua própria instrução”. Fator esse que torna a biblioteconomia uma das ciências
mais importantes da atualidade, ainda mais com a “computação”.
“(a biblioteconomia) Indica o caminho a
se seguir e ainda nos reboca até o ponto de chegada que é a informação tratada
e disponibilizada para o deleite da sociedade”
Já houveram muitas mudanças na
biblioteconomia, no entanto, para Lourival não é diferente do que outros
profissionais já mencionaram em entrevistas já realizadas, ainda é preciso
mudar.
“... a biblioteconomia tem que permanecer em mudança, nunca deve existir
um ponto de parada onde se diga que não há mais o que alterar. Com a tecnologia
e a economia em constante mutação, não devemos desejar isso e nem nos
acomodarmos com esta ideia. Diante desta realidade, o novo profissional tem que ser inquieto,
ousado, gostar de novidades e ao mesmo tempo saber lidar com o
antigo, e como bem disse o Fernando Modesto que busque com idealismo e
alegria ser bibliotecário e não estar bibliotecário”.
Aos novos integrantes da profissão,
Lourival deixa um recado:
“Ser bibliotecário em um país onde o
investimento em bibliotecas, arquivos e espaços de leitura nunca foi prioridade
e que está há pelo menos meio século atrasado em relação aos grandes países, no
tocante à valorização da leitura e no desenvolvimento da educação e que ainda
não dá a devida atenção à sua imensa diversidade cultural, é ser um desafiante,
um contestador, do tipo que não aceita esta situação, mas que não fica na zona
de conforto criticando sem tomar uma atitude e parte pra cima, enfrenta o
dragão, com uma ideia na cabeça e um projeto na mão. Não basta buscar mudanças
nesse mapa, é preciso realizá-las, e um profissional bibliotecário consciente
pode e deve fazer a diferença”.
Contribui para esta matéria a bibliotecária Grazielli Moraes.
Sou suspeito pra falar do Lourival, pois além de ser amigo! Acredito no potencial de ser humano que ele é! Um excelente profissional, no qual me espelho. Conheci-o no projeto dele no Arsenal da Esperança e vi o quanto pessoas determinadas em sua missão podem alcançar tudo! Só basta querer.
ResponderExcluirDenis reallmente pelo pouco que conheço dele me parece ser um profissional e tanto.
ExcluirSou meio suspeita pra falar neh rsrsrs!!!