O pesquisador e professor Andre Vieira de Freitas Araujo concedeu uma entrevista muito bacana para a Monitoria Científica FaBCI, contando um pouco sobre sua trajetória profissional e sobre os desafios da carreira acadêmica.
Você não vai perder né???
Você não vai perder né???
André Araújo - Inicialmente, a escolha pela
Biblioteconomia decorreu da necessidade de definir um curso na graduação.
Portanto, não venho de uma história de relações prévias com o mundo dos livros,
leitura e bibliotecas, muito pelo contrário.
Música me interessava muito à época
do vestibular. Eu também gostava de Psicologia, então Musicoterapia me parecia
a área a ser escolhida. Não me sentia seguro o suficiente para transitar no campo
da música uma vez que era tomado pela comum insegurança de um jovem de 17 anos
sobre as garantias de um “sucesso profissional”. Hoje esta percepção está
plenamente superada e não acredito que a escolha de uma graduação garanta o
chamado “sucesso profissional”. O que fazemos com os saberes e o conhecimento é
que nos conduz a estradas mais longas ou mais curtas. Para mim, o que impera, é
a possibilidade de se estar feliz a partir das escolhas.
Em 1997 prestei vestibular para Biblioteconomia
pois uma amiga me disse que com esta área eu poderia trabalhar com cinema, quer
dizer, documentação em cinema. Interessante que ao final nem com música e nem
com cinema eu trabalhei ou trabalho, mas estas são expressões que sempre
fizeram e fazem sentido em minha vida. Biblioteconomia foi minha primeira opção,
ainda que não tivesse dimensão do que ela representaria para meu futuro
profissional, acadêmico e pessoal.
M.C. - Como foi seu caminho acadêmico?
André Araújo - Meu período de graduação foi marcado
fortemente pelo sentimento de saudade das pessoas e dos amores que deixei na
cidade de São Paulo. Minha mudança para cidade de Marília (SP), em 1998, não
fez parte de um projeto de vida, mas foi consequência de meu ingresso no curso
de Biblioteconomia e Documentação da Universidade Estadual Paulista Júlio
Mesquita Filho (UNESP). Seguramente foi o período mais intenso de estudos de
minha vida e também uma fase de fortes transformações intelectuais, afetivas e
existenciais. Sou grato pela oportunidade e mantenho o carinho, admiração e
contato com professores e amigos até hoje.
Na graduação tive oportunidade de
desenvolver inúmeras atividades ligadas à pesquisa e extensão, além do
engajamento estudantil. Participei do grupo PET-Biblioteconomia e desenvolvi
uma pesquisa de iniciação científica, sob financiamento da FAPESP, que foi
determinante para o meu percurso: “Bibliotecas Monásticas Beneditinas: suas características
na contemporaneidade”.
Fiz meu mestrado em História Social,
de 2005 a 2008, na Universidade de São Paulo (USP). Este período foi
extremamente marcante do ponto de vista intelectual pois o contato com a Historiografia
delineou um olhar menos pragmático sobre o campo da Biblioteconomia. O mestrado
me estimulou a pensar em uma Biblioteconomia histórica, sob a perpectiva da uma
longa duração e não desgarrada da ordem dos saberes. Defendi a dissertação de
mestrado “Dos livros e da leitura no claustro: elementos de história monástica,
de história cultural e de bibliografia histórica para estudo da Biblioteca-Livraria
do Mosteiro de São Paulo (Sécs. XVI-XVIII)”, em que discuto a formação da
antiga biblioteca do Mosteiro de São Bento de São Paulo, sob um olhar
histórico-informacional. Embora
tenha seguido meus interesses pelo campo da História do Livro e das Bibliotecas,
nos últimos anos me coloquei o desafio de compreender os fundamentos e a constituição
da Bibliografia. Foi e tem sido uma escolha voluntária e assustadora (rsrs)! Não
me refiro à Bibliografia enquanto produto documentário, mas como disciplina constituída
por interfaces teóricas e práticas que, desde sua origem, tem fundamentado o
tratamento documental, seja do ponto de vista de sua descrição, classificação,
circulação e mediação. Paralelamente, a Bibliografia se ocupa do mapeamento e
da representação dos saberes e do conhecimento. A partir deste interesse é que
estou trabalhando na minha tese de doutorado “Sobre a eminência e a ressonância
da Bibliografia: Conrad Gesner (Séc. XVI) e a constituição da cultura
bibliográfica”, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação
da ECA-USP.
Em síntese, posso dizer que meu
percurso acadêmico tem refletido justamente o interesse na compreensão dos
fenômenos que envolvem a informação, o conhecimento e o documento sob a
perspectiva histórica, considerando as práticas, instituições e sujeitos. É a
partir destes interesses que tenho atuado nas seguintes áreas (hoje muito mais
do ponto de vista teórico/pedagógico do que prático, em função da docência): Fundamentos da Biblioteconomia e Ciência da Informação,
Bibliografia (História e Teoria), Bibliografia Histórica, História do Livro e
das Bibliotecas, Livros Antigos e Raros, Políticas de Preservação Documental e Bibliotecas
e Arquivos Beneditinos.
M.C. - E o caminho profissional?
André Araújo - Com 21 anos e um diploma de
graduação fui ao Mosteiro de São Bento de São Paulo dar de presente meu TCC ao
monge beneditino Dom Eduardo Uchôa pois ele havia me recebido gentilmente e
aberto as portas da Biblioteca na fase em que desenvolvia minha pesquisa na
graduação. Depois de alguns minutos de conversa, Dom Eduardo me convidou para
trabalhar como bibliotecário na Biblioteca do Mosteiro de São Bento de São
Paulo.
Enquanto meus amigos seguiam
caminhos mais tradicionais ou prestavam concursos para melhor remuneração,
aceitei o convite para trabalhar no Mosteiro, ainda que o ganho financeiro
fosse baixíssimo. Confiei na grande oportunidade de vivenciar, agora na prática
profissional, muitos aspectos que havia estudado no desenvolvimento de minha
iniciação científica.
Esse então foi meu primeiro trabalho
como bibliotecário que representou meu maior desafio profissional, uma vez eu precisava
tomar importantes decisões acerca da administração e dos rumos de uma
biblioteca de grande importância histórica e patrimonial. Garanto que esta
experiência profissional, que durou 7 anos (de 2002 até 2009), delineou meu
entendimento sobre a dimensão reflexiva e aplicada da informação e do
documento.
Em 2008 também comecei a me dedicar à
consultoria na área de informação e documentação, sobretudo na organização, preservação e difusão de acervos históricos e
culturais, dos quais eu destaco: Fundação Telefônica (Projeto "Coleção
Sino Azul”), Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Biblioteca de
São Paulo (BSP), Midiateca da Mediapost Angola e Centro de Documentação e
Memória do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco (CEDOC-SINDMETAL).
Já o
ensino na área começou em 2009 com o Curso Técnico em Biblioteconomia, no Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC-SP). Estar no SENAC foi um verdadeiro
“batismo de sangue”. Me lembro que eu tinha de lecionar inúmeros conteúdos ao
longo da semana: introdução à Biblioteconomia, serviço de referência,
arquitetura de bibliotecas, automação, conservação, catalogação etc. Esta
experiência começou a me formar como professor e me deu uma grande amiga: Sueli
Nemen Rocha.
Em 2011
fui chamado para dar aula na graduação em Biblioteconomia, no Centro Universitário
Assunção (UNIFAI). Foi uma ótima experiência pois ganhei de presente a
disciplina “Produção dos Registros do Conhecimento”, que tratava da História do
Livro e das Bibliotecas. Ou seja, foi a oportunidade para lecionar um tema de
interesse que já vinha me acompanhando desde a época de graduação.
No
segundo semestre tive o privilégio de dar aula na Fundação Escola de
Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), na disciplina “Preservação de
Documentos de Arquivo” do antigo Curso de Pós-Graduação “Gestão de Documentos
de Arquivo”. Nesta época já vinha me interessando pelo mundo dos arquivos e da Arquivologia,
então o convite da Valéria Valls caiu como uma luva!
Embora
eu estivesse muito satisfeito com este ritmo frenético entre uma carga intensa
de aulas semanais (SENAC, UNIFAI e FESPSP) e a prática profissional, não
resisti à oportunidade de prestar um concurso para a área/setor “História do
Registro da Informação” na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após
a aprovação neste concurso vivi os seis meses mais angustiantes de minha vida,
diante do desafio de abraçar ou não a oportunidade de me dedicar ao ensino,
pesquisa, extensão e gestão em uma universidade pública.
Desde o
inicio de 2012 tenho atuado como professor do Curso de Biblioteconomia e Gestão
de Unidades de Informação da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (CBG/FACC/UFRJ), onde leciono as
disciplinas: "História do Registro da Informação"; "Teoria e
Gestão de Livros Raros" e "Preservação e Conservação de Suportes
Informacionais". Tem sido uma grande experiência vivenciar os amores e as
dores de uma universidade pública federal. Certamente o encontro com pessoas
tão queridas e amigas, como é o caso de Mariza Russo (há tantas outras, mas o
papel dela foi fundamental para eu decidir encarar esta aventura!), me ajudou e
tem me ajudado a seguir a caminhada na cidade do Rio de Janeiro. Eu moro no Rio
de Janeiro, mas meus laços com São Paulo ainda são fortes pois, como eu disse
anteriormente, faço meu doutorado na USP e também pertenço ao quadro diretivo
da Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP - Biênio 2015-2016), onde atualmente
ocupo o cargo de secretário.
M.C. - Quais as maiores vantagens e dificuldades em ser professor,
conte-nos suas experiências?
André Araújo - Para mim, as vantagens do trabalho
docente estão: 1) no dinamismo da profissão (a cada semestre lecionamos a mesma
disciplina de forma diferente e nos deparamos com turmas distintas das
anteriores); 2) na diversidade de tarefas que nos tira completamente da rotina;
3) no contato contínuo com o estudo e alunos; 4) no momento em que o aluno
encontra um sentido na Biblioteconomia, seja como disciplina e/ou profissão; 5)
na liberdade intelectual, que tem sido cada vez mais rara em outros contextos
institucionais e profissionais. Estes pontos são contrapostos por algumas
dificuldades, tais como: 1) manter uma disciplina nas tarefas diárias, de forma
rigorosa, constante e imbatível (rsrs), o que nem sempre é possível; 2) trabalhar
muito mais do que 40 horas semanais; 3) não ter finais de semana e férias
plenos; 4) conciliar de forma satisfatória e produtiva a pesquisa, ensino,
extensão e gestão; 5) e, por fim, uma dificuldade que contamina a vida docente nas
universidade públicas de nosso país (e de forma ainda mais intensa nas
federais): os salários e as condições de trabalho - vergonhosos dentro de um
projeto em que se deseja que a educação seja a base para as transformações
sociais.
M.C. - Quais foram as mudanças mais evidentes na grade curricular
das universidades e faculdades de biblioteconomia na sua opinião? Estas
mudanças foram boas para alunos e professores? São adequadas ao mercado de
trabalho atual?
André Araújo - Para responder com mais propriedade
a esta pergunta é necessário um estudo sistemático e prévio das grades. Também
é preciso delimitar o campo de observação, mas as seguintes mudanças me parecem
mais evidentes: o alargamento de disciplinas ligadas às tecnologias de
informação e comunicação e inclusão de disciplinas que dialogam mais
diretamente com temas atuais em nosso campo, tais como: bibliotecas públicas,
escolares e comunitárias, preservação digital, bibliometria (tema este que já
faz e fazia parte de inúmeros cursos de pós-gradução, mas que hoje está cada
vez mais presente da graduação), gestão de unidades de informação, web
semântica, arquitetura da informação etc. Se de um lado temos a inclusão de inúmeras
temáticas nas grades que correspondem às pesquisas que vêm sendo feitas na
pós-graduação (isto é extremamente positivo!), por outro lado ocorre,
naturalmente, a exclusão de outras disciplinas, que no limite representa o lento
apagamento de alguns campos. Neste sentido temos assistido a um movimento
trágico em muitas escolas de Biblioteconomia em que as disciplinas de caráter
mais reflexivo e crítico têm sido extintas. Me refiro justamente às disciplinas
que delineiam as bases de nosso campo e que estimulam a uma postura crítica
sobre os saberes e fazeres, independente do contexto histórico-cultural. Um
simples exemplo é a oferta da disciplina de História do Livro e das Bibliotecas,
que possui inúmeras outras denominações. Hoje contamos no dedo o número de
escolas de Biblioteconomia em nosso país que a ofereçam de forma autônoma. Isto
se deve ao forte vínculo que há hoje entre a lógica mercadológica e a
universidade. Ainda, a visão pragmática e funcionalista da informação cria uma
ilusão para a academia e, consequentemente, para os professores e alunos.
Precisamos resistir a este movimento e reativar a ideia original de
universidade. Além disso, a base humanista de nosso campo não pode ser
negligenciada. Somente a partir desta perspectiva haverá melhor adequação entre
formação e atuação profissional, independentemente do perfil e da grade que as
escolas sigam.
M.C. - Tendo em vista o grande fluxo de informações geradas através
da internet (web 2.0 e 3.0) você acredita que esta "interoperabilidade de
dados digitais" é um facilitador ou dificultador hoje para a área da
biblioteconomia.
André Araújo - Bem,
prefiro olhar para uma camada mais profunda que envolve a relação entre
tecnologia e sociedade. Se a ideia da “interoperabilidade de dados digitais” é
potencializar os usos e formas de apropriação social da informação, então
acredito que ela seja salutar para a área da Biblioteconomia. Nosso campo deve
sustentar a ideia de que a “interoperabilidade de dados digitais” não deve se
desgarrar de um modelo de sistema que trabalhe a informação e o documento de
forma contextual. A Biblioteconomia se ocupou disto no passado, mas hoje não
faz mais a lição de casa tão bem. Por outro lado, sua prima distante e às vezes
um pouco brigada, a Arquivologia, nos lembra bem dessa lição. Eu não me iludo
que a criação e o desenvolvimento de inúmeros sistemas “interoperáveis” resulte
de um interesse de grandes corporações que ofertam serviços e produtos
informacionais. Não me iludo pois toda tecnologia traz em si em elemento que
melhora ou ameaça a qualidade de vida das pessoas. A questão é nos
perguntarmos: a “interoperabilidade de dados digitais” interessa a quem? Ela
favorece a quem? Estou do lado das tecnologias que favoreçam a maior
aproximação entre o sujeito e o conhecimento, que favoreçam os processos
educacionais e a ampliação da multiculturalidade que não pode e não deve ser
desconsiderada na nossa contemporaneidade fria e complexa. Eu sei que há uma
certa utopia em minha fala, mas a utopia é um forte desejo de mudança, portanto
ela é muito válida.
M.C. - Sua beleza
ajuda ou atrapalha sua carreira? (porque você sabe que é um gato certo?!) Como
você lida com a "tietagem" em sala de aula e eventos.
André Araújo - Mas que
pergunta mais complexa (rsrs)!. É sempre muito difícil falar de si a partir da
percepção do outro, então não posso ou me sinto em condições de dizer se eu sou
bonito ou não. Eu posso dizer com precisão quem ou o que eu acho bonito (rsrs).
Para Umberto Eco, “belo” é um adjetivo que usamos normalmente para indicar algo
que nos agrada. Parece, neste sentido, que o que é belo é igual aquilo que é
bom. Então se tem gente que me considera bonito, entendo que acabo por agradar a
estas pessoas. Neste sentido é óbvio que há um aspecto positivo do ponto de
vista social e profissional, sobretudo na condição de professor. Mas o que mais
me interessa é se meus alunos (ou ouvintes de uma palestra, conferência, curso)
me admiram intelectualmente e apreendem algo com a experiência. Esta é a minha
maior preocupação. Prefiro sempre pensar que há uma forte demonstração de
carinho quando encontro alunos, ex-alunos e colegas de profissão, decorrente da
admiração e, eventualmente, da amizade. Então, de forma geral, me sinto uma
pessoa de sorte, dado o carinho que percebo da maioria dos alunos e
profissionais que tive e tenho contato. Obviamente, há inúmeras exceções! Pode
ter certeza que eu não agrado a muitas pessoas. O que sustenta a ideia de
beleza está em uma esfera mais complexa daquilo que é visível e palpável, além
de estar atrelado às condições histórico-culturais que criam determinados
“padrões” de beleza. Bem, as coisas que conquistei hoje decorreram certamente
do meu esforço (constantemente flutuante, entre a preguiça, a angústia e a
obsessão (rsrs)), pois escolhi ser bibliotecário e depois professor, o que me
coloca em constante avaliação, não por uma ou duas pessoas, mas por uma
coletividade que às vezes é agressiva. Bem, sobre a tietagem: quando ocorre a
aproximação eu adoro, é claro, pois sou muito sociável e adoro estar e saber
das pessoas que gosto. No fundo eu queria que a vida fosse uma grande festa
diária com uma bela trilha sonora do Manic Street Preachers, New Model Army e
Morrissey. J.
A entrevista com o Prof. André Araújo foi elaborada por nossa querida bibliotecária e ex-aluna da FESPSP Renata Postalli.
A entrevista com o Prof. André Araújo foi elaborada por nossa querida bibliotecária e ex-aluna da FESPSP Renata Postalli.
Maravilhosa a entrevista. O André é a imagem real do Belo.
ResponderExcluirVânia Funaro
Que bom que gostou, muito obrigada pela participação Prof. Vânia.
ExcluirParabéns meu amigo "Moderno" (apelido atribuído carinhosamente desde os tempos da graduação). Me sinto privilegiado de tê-lo como amigo. Grande profissional, competência inquestionável.
ResponderExcluirO André é um excelente profissional, obrigada por acompanhar nosso blog Cássio.
ExcluirBela trajetória profissional do André! Gosto muito dos seus trabalhos! bjos Fabi da FAPESP
ResponderExcluirParabéns professor, bela e inspiradora entrevista. A UFRJ tem o privilégio de lhe ter como docente!!!!!!!!!!
ResponderExcluirParabéns, André! Ótima entrevista. Vc, como sempre, é lúcido, verdadeiro e se coloca por inteiro no que faz. Esta é a sua grande beleza, além da simpatia, inteligência, carisma, e beleza pp dita. Eu sou sua fã, vc sabe, e nao é de hoje. Abraços e sds
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