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Coluna: Música e Livros, por Bruno de Carvalho

Música e Livros é uma coluna escrita por Bruno Carvalho, ex-aluno de Biblioteconomia da FESPSP, que fala a respeito de bandas e o que elas leem, mostrando como música e livros tem tudo a ver!
O entrevistado da vez é o músico Bozzo Barretti, que toca na banda Brotheria, mas já tocou com o Capital Inicial.

Bozzo Barretti e a banda Brotheria
Bruno Carvalho: Quando você decidiu seguir a carreira musical?

Bozzo Barretti: Profissionalmente, decidi que seria músico entre os 18 , 19 anos. Quando decidi que iria prestar vestibular pra música e quando minha banda, Mitra, foi convidada pra participar do Festival de Águas Claras, Iacanga, em 1975.



BC: Tem alguma música inspirada em livro?

BB: No Capital fui um letrista colaborador de algumas músicas e o letrista efetivo de Chuva, música do disco Eletricidade. As letras que eu faço, em geral, são autobiográficas ou de coisas que vejo na vida. Sou kardecista e procuro por alguns dados desta filosofia nas minhas letras. Muitas vezes estou vendo um filme, e ocorre algum diálogo onde uma frase me chama atenção e procuro desenvolver o tema, porque, a inspiração é algo indomável, mas um livro em específico, não me vem à cabeça.


BC: Que livros você costuma ler?

BB: Leio livros técnicos de música, porque tenho formação erudita, li toda a série Cavalo de Tróia, por me interessar pelo tema.


BC: Como era a convivência com as bandas nos anos 80?

BB: A convivência era ótima, a meu ver. Sempre fui partidário da filosofia do Shopping Center. Quanto mais bandas surgiam, mais o movimento ficava forte. Fui produtor de algumas bandas que não criaram nome forte, mas que eram satélites em torno de vários astros da época e o clima era fantástico. Eu admirava o pessoal do Barão, dos Paralamas, dos Titãs, tantos, que, para mim, sempre era muito bom cruzar com eles nos programas de TV ou na estrada. E eu, que vinha, praticamente, de uma geração anterior, por ter participado da Vanguarda Paulistana, com Arrigo Barnabé, na Banda Sabor de Veneno, era muito bem visto por muitos. Alguns me admiravam pelo músico que eu era e pelo que havia tocado na Vanguarda Paulistana. Tocar com o Arrigo abriu muitas portas para mim. Tivemos muita visibilidade. Os grandes nomes da MPB o respeitavam muito e, por tabela, a todos nós que participávamos daquele movimento. Nós nos conhecemos na ECA, USP, no Departamento de música, onde nós dois estudávamos. Erguemos muito daquelas coisas, juntos. Ajudei a criar a Banda Sabor de Veneno, trazendo toda a metaleira que tocava numa banda de baile que eu era o maestro. Foram momentos incríveis. Eu, como co-autor de algumas músicas, como band leader e um co-produtor dos discos emblemáticos da carreira dele, acabei sendo um nome de destaque, a ponto de Nelson Motta, numa matéria de jornal, me chamar de "O mago dos teclados da Vanguarda Paulistana". Acho que não poderia ser melhor minha convivência com o Arrigo, que ainda por cima, dizia na mídia que eu era o melhor compositor dos anos 80, não ele. Pura humildade da parte deste gênio da música brasileira!


BC: Quais são os projetos com a banda Brotheria?

BB: A Brotheria está finalizando um CD. Gravamos um EP e agora estamos completando aquele repertório para fecharmos um CD. Nossa expectativa é conseguir fazer um bom trabalho de divulgação deste trabalho, quer seja com aberturas de shows de bandas maiores, quer seja com nossos próprios shows, tentar cavar um espaço, por menor que seja, em rádios e buscar nosso espaço na Internet. Tudo começou de uma maneira muito simples e sem nenhuma pretensão, mas muitas pessoas começaram a gostar das minhas criações e da banda, agora, estamos procurando mostrar nosso trabalho para um número maior de pessoas.


BC: Deixe uma mensagem aos leitores do blog.

BB: Meu grande interesse, no momento é passar as mensagens das letras da Brotheria às pessoas que não nos conhecem. O que falo nas minhas criações é de amor, um amor universal e de respeito. Quem estiver interessado em debater ideias, nos procurem na nossa página no Face, Banda Brotheria. "Gosto de ver gente com opiniões divergentes"(trecho de uma nova letra), que se interessem em dialogar e trocar informações. Sempre fui e sempre serei um aprendiz, que ouve, pode discutir e não concordar, mas que aceita o que os outros têm a falar e isso eu acho a grande chave pra se abrir a mente e buscar sabedoria! Não tenho medo de mudar de opinião. Se me provam o contrário eu aceito! A Brotheria está de portas abertas pra sugestões e pra receber brothers de qualquer idade, credo, sexo, etc, etc! Sejam bem vindos!

Bozzo Barretti e o Capital Inicial, nos anos 80

Para saber mais sobre a banda Brotheria, vale a pena ler essa reportagem do jornal A Tribuna.

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