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#PorqueEscolhiBiblio



A intenção da série #PorqueEscolhiBiblio é mostrar que os alunos da FaBCI-FESPSP tem perfis diversificados e que a nossa área abrange uma grande variedade de interesses.

Nesta semana o entrevistado da vez é Danny Abensur, aluno do segundo semestre do período noturno:

Da conclusão do Ensino Médio pra cá – coloquemos aí uns bons 14 anos –, tive uma longa fase de, digamos, mochileiro universitário. Do curso de administração de empresas (FGV) passei ao jornalismo (USP), à graduação em economia (IBMEC, atual Insper), depois matemática (USP) e, por fim, rádio e TV (Cásper). Tendo abandonado cada uma dessas empreitadas sempre antes de completar um ano de curso, concluí, finalmente, em 2010 o bacharelado em rádio e TV. Não que eu tivesse qualquer sensação de ter encontrado a carreira da minha vida, mas, simplesmente, já não suportava mais a errância pelas instituições de Ensino Superior da cidade.

Não raro, me deparei com comentários do tipo: por que você escolheu o curso de administração de empresas? Não tem nada a ver com você. Matemática? Que loucura! Conte-me: você saberia dizer por que deixou cada uma das graduações que abandonou?

Sinceramente, tenho, cada vez mais, a firme impressão de que reescrevemos nossa própria história a cada dia. As razões que eu costumava elencar há alguns anos para justificar esta ou aquela escolha se transformaram, se metamorfosearam em razões completamente distintas e, por vezes, aquilo que talvez um dia tenha feito algum sentido em minha cabeça torna-se completamente estranho à minha própria noção do que seria um argumento racional.

Com o curso de biblioteconomia e ciência da informação, não tem sido muito diferente e, portanto, trago aqui uma possível versão dos “fatos”, talvez coerente com meu momento atual. Quando concluir esta graduação na FESPSP, prometo oferecer uma razão mais interessante, quem sabe até mais dramática ou romântica.

No último ano da graduação em rádio e TV, na Faculdade Cásper Líbero, decidi que, diferentemente da maioria dos meus colegas, eu escreveria uma monografia em vez elaborar um produto audiovisual como meu trabalho de conclusão de curso. Ao longo de meses de pesquisa, frequentei algumas unidades de informação (bibliotecas e arquivos) que me foram essenciais à construção da monografia ao me permitirem o acesso a fontes interessantíssimas e bastante singulares. Em todos os casos, tive a oportunidade de dialogar com bibliotecários e observar o papel social tanto destes profissionais quanto das próprias unidades de informação.

O respeito e a admiração que passei a nutrir, desde então, pela profissão cresceram ainda mais quando passei a ler a respeito de como a biblioteconomia e a ciência da informação têm se adaptado, no Brasil e no mundo (em passos distintos, é verdade), às novas tecnologias e aos novos paradigmas da educação, da comunicação e do acesso à informação.

O desafio apresentado por este momento crucial de mudança e atualização do campo profissional me instigam ainda mais a adentrar o universo da biblioteconomia e da ciência da informação. Ainda com todos os questionamentos que levantamos individualmente e com colegas de faculdade ou de profissão, as possibilidades hoje parecem ser várias para bibliotecários e profissionais da informação de um modo geral.

Quando finalmente decidi, no final do ano passado, que era hora de voltar aos bancos de uma faculdade (pela sexta vez!), busquei falar com todos os bibliotecários com os quais eu pudesse ter acesso, seja nas bibliotecas públicas as quais frequento, seja nas bibliotecas universitárias pelas quais passei e também profissionais atuantes em outras modalidades de unidade de informação. O índice de recomendação à FESPSP foi altíssimo. Deixando pouco espaço para dúvidas sobre que decisão tomar. Além disso, a atual formatação do curso em três anos me parece perfeita para alguém na minha idade, com uma graduação concluída anteriormente.

Próximo do encerramento do primeiro terço do curso, noto o quanto já pude aprender e, inclusive, aplicar em minha atividade profissional. Há mais de um ano atuo em uma startup que lida com a distribuição de metadados de livros para o mercado editorial brasileiro.

O que tem ficado cada vez mais evidente para mim, seja no trabalho ou na faculdade, é o quanto o profissional bibliotecário pode ser útil trabalhando lado a lado com outros profissionais que lidam com informação, sejam eles programadores, designers, mas também artistas, educadores, administradores públicos e tantos outros. Frente ao excesso de informação gerado pelas tecnologias correntes, parece-me necessário esse tipo de parceria para o constante refinamento das ferramentas tecnológicas e da relação que estabelecemos com elas.



Gostou? Deseja participar? É só entrar em contato via monitorcientificofabci@gmail.com para saber como!

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