Regina Garcia, bibliotecária da Prefeitura de São Paulo
Sempre me incomodou a crença de que para ser bibliotecário não é necessário gostar de ler porque, afinal, o que menos esse profissional faria seria ler o que gosta em seu trabalho. O prazer de ler, entretanto, vai além da área de atuação e quem indica livros e tem por missão disseminar a leitura deveria sim, a meu ver, gostar de ler.
A literatura, como defende Antonio Candido em seu clássico “O direito à Literatura”, deve ser vista como um direito básico do ser humano. Existem diretos relacionados ao bem estar físico e outros relacionados ao bem estar emocional, incluindo o direito à literatura e às artes. A literatura de ficção (bem como as lendas e o folclore de uma forma geral) tem um papel humanizador. Serve tanto para entender o outro como para o autoconhecimento.
Pude conhecer o uso terapêutico da literatura em palestra ministrada em agosto de 2016, na FESPSP, por Cristiana Seixas, autora do livro Vivências em Biblioterapia: práticas do cuidado através da literatura. Saí encantada com essa possibilidade e decidida a iniciar essa atividade onde trabalho.
Assim, em parceria com a bibliotecária Priscila Andrade, graduada pela FESPSP, mediadora e biblioterapeuta, iniciamos “Círculos de Biblioterapia”, na Biblioteca do CEU Azul da Cor do Mar, baseados no livro Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés. Esses encontros são direcionados a mulheres e tratam do apoio mútuo entre mulheres e do empoderamento feminino.
A Biblioteca tem sido espaço de compartilhamento e troca de experiência. Com essa atividade pretendemos disseminar o prazer da leitura e as múltiplas possibilidades de se relacionar com a literatura. Quem disse que o bibliotecário não pode ler o que gosta enquanto trabalha? Nessas Rodas de leitura podemos!
Adorei! É isto mesmo, inteligência emocional através das rodas de Biblioterapia, além de apoio mútuo no grupo.
ResponderExcluirGratidão a todas as bibliotecárias do CEU Azul da Cor do Mar pela confiança neste trabalho, especialmente a Regina Garcia Brito que fez o convite.
ResponderExcluirSou fã desse tema! rsrs saudades do meu TCC adorei o trabalho meninas, Parabéns!! e muito sucesso.
ResponderExcluirAbraço!
Olá Regina,
ResponderExcluirTeve um tempo em que eu também pactuei com a ideia de que o bibliotecário não precisa gostar de ler. Mas hoje, depois de algumas experiências profissionais, mudei a forma de pensar. Qual bibliotecário já não ouviu a seguinte pergunta ou suas variantes: "Qual livro você me indica?" , Como vamos ser mediadora entre o livro e uma pessoa se não lemos?; Como incentivar uma prática que não praticamos?
Então, o bibliotecário tem que gostar de ler.
Parabéns gostei muito do post.