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Coluna: Filme da Semana. Por Ana Beatriz Cristaldo e Renato Reis.



Hi, duuudes!!



Estamos na reta final do ano e aquela ansiedade dos trabalhos finais, temáticos e TCCs vem só nos deixando com os nervos à flor da pele. Por isso eu sempre indico o cinema como um belo lugar de descanso e relaxamento. Sempre bom!



O cinema está com ótimas opções de filmes pra todos, dos mais cults aos mais mainstream.

Trouxe pra vocês um filme que me deixou abalado, emocionado, arrepiado e mega admirado, além de mil outros sentimentos sobre ele, e que todos estão gostando também. Então as apostas são redobradas na indicação, né. Pra dizer a real, gostei tanto, mas TANTO, que abordarei 3 questões muito incríveis dele, em 3 partes.



Vocês leram certo! Desde O Regresso (2016) que não vejo filme tão brilhante nos cinemas, então darei três assuntos a vocês em três partes, uma por semana, combinado? Acredito que assim, dê tempo de vocês irem ver o filme (façam-me o favor, hein!), de lerem as colunas minhas e da Aninha e de terminarem as tarefas da FaBCI/ESP.



Tive a oportunidade de ver duas vezes: uma no noitão do futuro, no Caixa Belas Artes (meus sinceros e amorosos agradecimentos ao meu irmão da vida, João, e à sua senhora do mel e do junco, Maria), e outra na sala Imax do espaço Itaú de Cinema, a qual recomendo fortemente para filmes dessas proporções.



Bom, vamos a ele, então? Com vocês…





Blade Runner 2049

Por Renato Reis



Aquela sensação pesada de suspense e mistério já invade nossas retinas e nossos ouvidos com uma trilha sonora espetacular, estridente e impactante, de Hans Zimmer, o titã das músicas do cinema contemporâneo, e com uma imagem de parques de coleta de energia e fazendas futurísticas numa computação gráfica muito eficiente, além de já apresentar o protagonista: agente KD(+serial number), ou simplesmente ‘K’, estrelado por Ryan Gosling (eike homem!!). Todo o filme carrega essa energia e faz fãs de suspense policial e ficção científica terem arrepios na espinha. 

A partir desse plano, em seu carro voador da polícia de Los Angeles, ele está a caminho de resolver mais um de seus casos do seu serviço, o de investigar e caçar androides. Ou melhor, os replicantes que ainda sobram na terra.
 

Blade Runner 2049 (2017)

Obviamente, o filme se passa em 2049, 30 anos após a cronologia do primeiro filme. Os cenários criados são fantásticos, as referências do último filme são muito bem feitas, a imagem está perfeita, o som e a música casam com tudo, as tramas… Olhem, tá tudo muito perfeito e brilhante nesse filme! Realmente não consegui achar nenhum defeito e o longa roda na minha mente, na minha imaginação até agora. Uma obra de arte ímpar! Denis Villeneuve, o diretor, nos surpreende muito depois de ter arrebentado também em filmes como A Chegada (2016) e Os Suspeitos (2013).



A sensação de estar acompanhando uma série ou lendo um livro de sci-fi muito empolgante está presente o tempo todo e isso é motivo de prazer incessante.



O filme tem total relação com Blade Runner, o Caçador de Androides (1982), de Ridley Scott, além de ser baseado na obra de Philp K. Dick, gigante da ficção científica. Suas referências, sua história, o jeitão de filmagem e sonoplastia, até seus personagens estão completamente relacionados ao filme atual. Não julgo realmente necessário para o entendimento do filme, mas acho que para ter um panorama legal sobre tudo, é legal assistir também o clássico com Harrison Ford, Sean Young e Rutger Hauer. Além de que, em 2049, há diversas deixas de continuação também, se Villeneuve for um diretor firmeza que ainda me deixará muito feliz com essa saga.



Conforme vos disse, abordarei então, 3 questões ‘masters’ do filme que acredito serem bem legais, de maior reflexão e memoráveis. Além de ser um baita filme, ele cutuca nosso cérebro, fazendo a gente pensar muito sobre distopias, relacionamentos e o futuro próximo. Serão os seguintes temas dentro de 2 horas e 44 minutos de filme (que vocês nem sentem passarem): relações interpessoais, Wallace e cenários. Vamos lá!





Parte 1 – Relações Interpessoais



Parece meio óbvio dizer que no filme existem muitas relações entre os personagens. Claro que em todo e qualquer filme que pegarmos para ver haverá uma interrelação entre todos. Mas em Blade Runner 2049 isso ocorre de uma forma tão bem elaborada e inteligente que fiquei boquiaberto.



Não dá pra prever o que pode acontecer do início ao fim do filme, por mais que ele tente seguir uma estética criada no primeiro Blade Runner. As coisas se estabelecem, inicialmente, num esquema até fácil de ser entendido: os replicantes são androides que extrapolam os limites de sua natureza e se rebelam porque um dia foram escravizados pelos humanos. Só que, como – nem todos – sabemos, estão todos suscetíveis a sentimentos como os humanos (sim, senhoras e senhores! Androides sentimentais) e, portanto, vão se relacionar de 12445506894 maneiras diferentes possíveis conosco...



Em certos momentos é difícil de conceber essas ideias sobre robótica e sua aproximação cada vez mais tangível ao “ser ser humano” possível (pelo menos para mim...), contemplando tamanha a perfeição dos androides nesse futuro não tão distante. É o que a Wallace, como veremos na parte 2, busca para o aperfeiçoamento na fabricação de novos modelos [de androides de 2049].


80ção 20Cduzir! (Ryan Gosling enlouquecendo geral)

As figuras centrais da história, creio eu, são os blade runners, os caçadores de androides. O agente ‘K’ se depara com uma crise na carreira por ter pego um caso que o leva a seu “autodescobrimento”, à reflexão sobre o que realmente faz para a polícia e como entende os androides, a ideia de se ter uma alma e plena consciência e outras questões mais. É interessantíssimo como o filme mostra as provocações que levam o personagem de Gosling a um redemoinho de uma crise de existencialismo! Isso, de longe, foi o que mais me abalou e o que senti mais a pergunta ser cravada na cabeça: será que um dia chegaremos a esse nível, meu povo?! Quanto ao Deckard (Harrison Ford), me pareceu um personagem bastante deprimido por conta de suas condições no filme e que, na verdade, serve como um coadjuvante que faz um elo firme entre os dois filmes, enriquecendo muito o roteiro. Não desprezando o baita talento do ator em ambos os longas, claro.

Temos também os replicantes que ainda são considerados rebeldes pela polícia e, logo, perseguidos pelos agentes; novos modelos de androides que estão muito mais próximos da humanidade do que podemos imaginar (por isso há muita dúvida e confusão sobre quem é quem na história, quem é androide e quem não é...), como a Luv (Sylvia Hoeks); as prostitutas que se relacionam de um jeito maquiavélico (ou não) com a gigante Wallace, defendendo seus interesses, como a Mariette (Mackenzie Davis); a projetista de memórias implantáveis para androides, a Dra. Ana Stelline (Carla Juri), que trabalha terceirizada para a Wallace; e o próprio Niander Wallace (Jared Leto), que, ao que tudo indica, é herdeiro da antiga Tyrell (fabricante dos androides), mantendo e expandindo a enorme companhia, e se julga um deus justamente por tentar aproximar os androides da “perfeição” humana e até de torná-los férteis para sua reprodução (!). Por isso existe toda uma aura mística e obscura por trás do novo mundo que é explorado no filme. E uma infinidade mais de personagens e grande elenco...

Há toda uma questão, inclusive, sobre escravidão. Aquela velha e intrínseca a todos os humanos de que é psicologicamente necessária uma dominação sobre o mais fraco, o menos desenvolvido na sociedade (alô, galera da Socio!). E aí colocam-se diversas crianças (ou seriam androides??) num regime escravo de trabalho para abastecimento de colônias extraplanetárias e que ficam à margem dos que trabalham para a Wallace e empresas/pessoas terceirizadas por ela, sustentando esse monopólio colossal desses tempos. Ao meu ver, isso nem distopia é, já se faz realidade sob nossos narizes.

Além disso, o agente ‘K’ possui uma Joi (Ana de Armas LINDAPERFEITAGATAGLORIOSAAATEQUERO!), um holograma a la Samantha do filme Her (2013), pela qual está profundamente envolvido e apaixonado. É bonito observar a relação entre os dois, como ambos colaboram para o sucesso das missões policiais e como essa troca pode ser muito mais profunda e emocionante do que até uma relação entre humanos em si. Comovente e reflexivo!
 

Queria estar na pele do Gosling nessa cena.
Ana de Armas e Ryan Gosling em cena romântica.

Enfim, a trama tem altos e baixos e os personagens se enroscam e se afastam de uma forma esplêndida! Vale a pena conferir um roteiro e a riqueza de sua criatividade tão bem expressa no cinema.


TÁ DISPONÍVEL ONDE!?!? Cinema (e, como dito acima, a experiência em sala IMAX é orgásmica!)



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